sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Pitirico



O Pitirico, ou "Piti" para os íntimos, veio como um desafio! Há 1 ano atrás ele teve uma ruptura de ligamento cruzado nos dois joelhos... Desde então ele não conseguiu mais caminhar... Nem para urinar e defecar ele se apoiava nos membros posteriores, acabava fazendo tudo deitadinho mesmo...

Juro que me assustei ao ver as radiografias, a situação tinha um prognóstico péssimo segundo o clínico... E realmente, no vídeo que postei dá pra ver a gravidade da degeneração articular!
Além disso, ele tem alterações nos membros anteriores, que não se sabe ao certo a origem, pois o Piti foi adotado pela Beth há 2 anos e ele já era adulto e já tinha essas alterações nos membros anteriores...

Mas, como sempre digo aos proprietários que me questionam sobre a gravidade do problema, eu costumo tratar o Paciente e não suas radiografias! E o resultado de tudo vai depender de como o paciente irá reagir aos estímulos e terapias...

Enfim, no início confesso que foi complicado, o Piti sentia muito encômodo ao ser manipulado durante os exercícios... Veja bem disse "encômodo" e não "dor", são dois conceitos bem diferentes! Ele nunca manifestou o encômodo chorando ou ficando inquieto... Ele simplesmente ia chegando com o focinho devagar perto da mão como quem não quer nada e como se fosse cheirar, dava uma lambida e de repente... NHAC! Por sorte eram mordidinhas de quem diz "Ei! Essa perna ai é minha!!!" e felizmente nunca me machucaram!

Parêntese à parte, ele começou a manifestar uma melhora quando a proprietária notou que ele dava uma "erguidinha" para urinar, mantendo um apoio parcial nos membros posteriores...

Depois de 2 sessões de Fisioterapia (com exercícios e laser) e 1 de Acupuntura (com agulhas e eletroacupuntura), ele já estava mais relaxado e acostumado com minhas manipulações, e foi neste dia que resolvemos fazer uma sessão de Quiropraxia nele! Não sei se ele gostou do vira e mexe, mas fato é que 7 dias depois ele estava C-A-M-I-N-H-A-N-D-O! No vídeo aparece o exato dia em que ele resolveu que estava em condições para retornar a caminhar...

A evolução foi sempre positiva, mas o mais fantástico foi quando a proprietária comentou que ele estava urinando com a perna erguida!! Coisa que já não fazia há mais de 1 ano (desde antes da ruptura do ligamento!)... Notem no vídeo como ele faz "graça" marcando território a torto e a direita na socialização com outros cães... E ele apóia o peso no membro posterior esquero, o mais comprometido "radiograficamente"! 

A situação dele está encontrando um equilíbrio, mas ainda existe uma estrutura fragilizada... E neste caso a manutenção do bem-estar do Piti é feita atualmente quinzenalmente. O tempo entre uma sessão e outra daqui pra frente será definida baseada na sua necessidade, através dos "sinais" que ele nos demonstra, e a proprietária já está afinando os sentidos para os mínimos sinais de recaída...




quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Coluna Vertebral


Os casos de cães com problemas de coluna vertebral estão sem dúvidas entre os mais tratados por profissionais que trabalham com acupuntura, fisioterapia e quiropraxia...


Muitos termos utilizados por nós Médicos Veterinários muitas vezes confundem os proprietários...

Neste post, vou tentar facilitar a explicação do que acontece com os animais que tem algum tipo de problema que envolva a coluna vertebral.

A coluna vertebral é uma estrutura óssea que sustenta, juntamente com os ligamentos, músculos e tendões, o corpo dos animais. Dentro da coluna está abrigada a Medula, que faz parte do sistema nervoso central!

É através da medula que viajam as sensações táteis e dolorosas, e também as "ordens" do cérebro para movimentar voluntariamente os membros.


Fica fácil entender que uma alteração na coluna, quer ela seja postural (animais em sobre-peso ou com problemas de conformação), traumática, degenerativa (sim, as hérnias são na maior parte dos casos secundárias à degeneração), infecciosa (presença de microorganismos patológicos), neoplásicos (câncer), dentre outros, irão provocar alterações inicialmente (mas nem sempre) dolorosas, e com a progressão do quadro pode causar dificuldades ao caminhar, com andar cambaleante chamado de "ataxia", chegando até a perda quase total dos movimentos, chamada de "paresia", e por último com a perda total dos movimentos, chamada "plegia".

A "dor profunda" que tanto intriga os proprietários é um fator prognóstico (ou seja, nos ajuda a definir a gravidade do quadro), pois quando há a perda de dor profunda, significa que a lesão medular foi muito profunda e grave. Neste ponto o animal está "Plégico e sem dor profunda", ou seja, com perda total da movimentação consciente e sem a sensação de dor quando é pinçado nos dedinhos ou no rabo.

É importante notar que se o animal retrai o membro quando é pinçado não quer dizer que tenha dor profunda!! 
O que importa neste momento do teste é a Reação do animal, ou seja, no momento em que pinçamos os dedinhos ou o rabo, se existe nocicepção (dor profunda), ele deve virar para olhar o que está acontecendo, chorar e até tentar morder! Isto é uma REAÇÃO!!
Se seu animal reagiu ao teste, ele pode estar "plégico" mas com a presença de dor profunda, e isso melhora muito o prognóstico dele...

Quando chega ao estágio de plegia, é importante observar a funcionalidade da bexiga, pois na maior parte dos casos os animais nesse estágio são incapazes de estimular voluntariamente a bexiga para esvaziá-la...
O que ocorre muitas vezes e que leva o proprietário a acreditar que o cão está urinando, é que a repleção da bexiga é tanta que exerce pressão sobre os esfincteres da uretra (que são os músculos que "seguram" a urina dentro da bexiga) e a urina sai. Mas não se trata de micção espontânea! É importante que o animal seja avaliado, pois nesses casos existe uma incidência muito grande de infecção urinária justamente pelo fato de a urina ficar retida por muito tempo dentro da bexiga...

A Fisioterapia reabilitativa entra no protocolo para melhorar a musculatura, estimular reflexos e a coordenação motora destes animais.

A Quiropraxia também é uma aliada importante, pois trata as disfunções articulares compensatórias, e auxilia em todo o processo de reabilitação do paciente.

A Acupuntura é um dos principais tratamentos para animais com lesões medulares secundárias à Hérnias.

Para entender o mecanismo destas terapias, e assistir à mais videos de casos reais tratados com estas técnicas, convido o leitor a visitar o site http://www.animacare.vet.br.

Caso ainda tenham dúvidas a respeito do que foi escrito, estou à disposição para esclarecê-las...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Betty


Ainda em 2007 a Betty foi uma das minhas primeiras pacientes, por este motivo dedico a ela meu primeiro post.
É possível dizer que ela é uma São Bernardo de muita sorte!
Tudo começou em 2007 quando ela ainda tinha 6 meses de idade... Diagnóstico de Panosteíte, uma inflamação generalizada nas articulações... Foi nosso primeiro contato "visual". Passou por um tratamento clínico por um colega especialista e se recuperou bem.
No mesmo ano, aos 9 meses de idade, diagnóstico de displasia de cotovelo, indicação cirúrgica. Foi submetida à cirurgia e também se recuperou muito bem.
Em 2008 foi submetida à uma prótese de quadril, por ter uma displasia coxo-femoral importante. Neste ano foi submetida à reabilitação pós-operatória para recuperação de massa muscular. E foi nosso primeiro contato "físico"... Primeiro de muitos outros!
Em 2009, após a recuperação total da cirurgia anterior, ela começou a mancar da mesma pata onde tinha sido feita a prótese! Tensão total, o ortopedista suspeitou de uma ruptura do implante... Mas não, a Betty apareceu com mais uma surpresa! Ruptura de ligamento cruzado... E foi para mais uma cirurgia! E mais uma vez para a reabilitação pós-operatória.
No fim de 2009, a ruptura do ligamento cruzado do outro joelho! E ai a decisão definitiva da proprietária: Quero fazer um tratamento conservativo e não mais cirúrgico! Nesta ocasião iniciamos a terapia de manutenção com acupuntura, fisioterapia e homotoxicologia.
Mais um detalhe, em meados de 2009, antes da ruptura do segundo ligamento, ela teve uma infecção uterina e um envolvimento secundário dos rins (proteinúria)! Foi novamento submetida à cirurgia para retirada do útero, mas teve um problema renal importante por conta desta infecção no útero, e não pode mais tomar remédios convencionais (analgésicos, anti-inflamatórios, etc) pois agravam ainda mais a situação dos rins.
Com a ruptura do outro ligamento, iniciamos as terapias integrativas na Betty...
Hoje são 2 anos que ela faz terapias com Laser MLS, Acupuntura, Quiropraxia e faz uso de remédios Homotoxicológicos (Homeopáticos) e raramente nas crises álgicas, faz uso de um analgésico específico.
Mantém a qualidade de vida, e segundo a proprietária, no jardim de casa ela voltou a ser um cão normal...

Sei que para o leitor surge uma pergunta espontânea... De onde ela tirou que ela é uma São Bernardo de sorte???
A resposta é simples... Ela teve a sorte ENORME de encontrar em seu caminho a Jenny, uma proprietária que se dedicou à ela e pode proporcionar todas as curas necessárias para que ela tenha qualidade de vida!

Em setembro de 2011 ela fez 5 anos! Se fosse pelo criador, ela não teria chego nem aos 9 meses, pois ao diagnóstico de displasia de cotovelo, o criador disse que poderia "repor" um filhote para a proprietária e que ela seria sacrificada por este "defeito"...

Tenho certeza que a recíproca entre a Betty e a Jenny existe, pois o amor incondicional de uma é correspondido 100% pela dedicação da outra!

É uma história que sem dúvida mostra como o amor e a dedicação fazem parte do processo de cura !!

Contato:
(41) 99857-5767
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