quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Coluna Vertebral


Os casos de cães com problemas de coluna vertebral estão sem dúvidas entre os mais tratados por profissionais que trabalham com acupuntura, fisioterapia e quiropraxia...


Muitos termos utilizados por nós Médicos Veterinários muitas vezes confundem os proprietários...

Neste post, vou tentar facilitar a explicação do que acontece com os animais que tem algum tipo de problema que envolva a coluna vertebral.

A coluna vertebral é uma estrutura óssea que sustenta, juntamente com os ligamentos, músculos e tendões, o corpo dos animais. Dentro da coluna está abrigada a Medula, que faz parte do sistema nervoso central!

É através da medula que viajam as sensações táteis e dolorosas, e também as "ordens" do cérebro para movimentar voluntariamente os membros.


Fica fácil entender que uma alteração na coluna, quer ela seja postural (animais em sobre-peso ou com problemas de conformação), traumática, degenerativa (sim, as hérnias são na maior parte dos casos secundárias à degeneração), infecciosa (presença de microorganismos patológicos), neoplásicos (câncer), dentre outros, irão provocar alterações inicialmente (mas nem sempre) dolorosas, e com a progressão do quadro pode causar dificuldades ao caminhar, com andar cambaleante chamado de "ataxia", chegando até a perda quase total dos movimentos, chamada de "paresia", e por último com a perda total dos movimentos, chamada "plegia".

A "dor profunda" que tanto intriga os proprietários é um fator prognóstico (ou seja, nos ajuda a definir a gravidade do quadro), pois quando há a perda de dor profunda, significa que a lesão medular foi muito profunda e grave. Neste ponto o animal está "Plégico e sem dor profunda", ou seja, com perda total da movimentação consciente e sem a sensação de dor quando é pinçado nos dedinhos ou no rabo.

É importante notar que se o animal retrai o membro quando é pinçado não quer dizer que tenha dor profunda!! 
O que importa neste momento do teste é a Reação do animal, ou seja, no momento em que pinçamos os dedinhos ou o rabo, se existe nocicepção (dor profunda), ele deve virar para olhar o que está acontecendo, chorar e até tentar morder! Isto é uma REAÇÃO!!
Se seu animal reagiu ao teste, ele pode estar "plégico" mas com a presença de dor profunda, e isso melhora muito o prognóstico dele...

Quando chega ao estágio de plegia, é importante observar a funcionalidade da bexiga, pois na maior parte dos casos os animais nesse estágio são incapazes de estimular voluntariamente a bexiga para esvaziá-la...
O que ocorre muitas vezes e que leva o proprietário a acreditar que o cão está urinando, é que a repleção da bexiga é tanta que exerce pressão sobre os esfincteres da uretra (que são os músculos que "seguram" a urina dentro da bexiga) e a urina sai. Mas não se trata de micção espontânea! É importante que o animal seja avaliado, pois nesses casos existe uma incidência muito grande de infecção urinária justamente pelo fato de a urina ficar retida por muito tempo dentro da bexiga...

A Fisioterapia reabilitativa entra no protocolo para melhorar a musculatura, estimular reflexos e a coordenação motora destes animais.

A Quiropraxia também é uma aliada importante, pois trata as disfunções articulares compensatórias, e auxilia em todo o processo de reabilitação do paciente.

A Acupuntura é um dos principais tratamentos para animais com lesões medulares secundárias à Hérnias.

Para entender o mecanismo destas terapias, e assistir à mais videos de casos reais tratados com estas técnicas, convido o leitor a visitar o site http://www.animacare.vet.br.

Caso ainda tenham dúvidas a respeito do que foi escrito, estou à disposição para esclarecê-las...

Nenhum comentário:

Postar um comentário